DO OUTRO LADO DA MESA, MAS DO MESMO LADO DA JUSTIÇA!


Hoje uma postagem  no Facebook de um notável criminalista Roberto Parentoni me deixou bastante entusiasmado.
 Ao ler tal passagem de Enrico Ferri, notável criminalista ,  me deixa cada vez mas convencido de que quando somos vocacionados para a profissão não importa o lado da mesa que estamos. Porém se a Justiça estiver sempre do mesmo lado teremos sim praticado a nossa missão. Um jovem militante que inicia seus passos na advocacia ter contato com testemunhos como este incentivam a transpassar toda e qualquer adversidade da profissão.
 No mês do Advogado não esquecemos desta máxima"DO OUTRO LADO DA MESA, MAS DO MESMO LADO DA JUSTIÇA!"

Vejamos o artigo:
Compartilhamos do advogado criminalista Sanderson Moura, fundador e primeiro presidente da Associação dos Advogados Criminalistas do Acre -ACRIM, que em seu Blog escreveu:

"Enrico Ferri, um dos maiores advogados criminalistas da História, escreveu dois livros onde registra seus principais momentos no tribunal do júri italiano.



Numa obra narra os Discursos Penais de Defesa, e na outra, os Discursos Penais de Acusação, mostrando que o advogado, para ser inteiro, precisa conhecer e saber atuar na acusação e na defesa, nos dois lados, tendo como critério dessa escolha, a consciência do que é certo em cada caso concreto.

Atuei, ontem, do lado da vítima, como assistente do Ministério Público, por entender que o réu merecia uma justa reprimenda, e que não estava amparado por nenhuma tese jurídica razoável que justificasse a sua conduta.

Estava fazendo a defesa da vida. E como norte espiritual do caminho a trilhar na minha oratória escolhi a frase do filósofo transcendentalista Ralph Waldo Emerson: "Viver, deixar viver e ajudar a viver".

Durante o julgamento, o advogado de defesa, sustentando suas razões, verberou, do alto de sua experiência de mais de duas décadas de atuação no pretório popular: "Meu cliente é inocente porque apresentou sempre a mesma versão".

Eu o aparteei: "Sofismando, mas não provando".

Ele rebateu: "Mas é o senhor quem sempre diz isso aqui no júri, de que quem fala a verdade é como o vôo da andorinha, sempre retilínio, e que quem fala a mentira é como o vôo do morcego, sempre vacilante".

Respondi-lhe: "Mas a coisa dita muito certinha, muito preparadinha é jogo de delinquente astucioso, orientado por advogado esperto".

E perdeu a compostura, partindo para a agressão gratuita: "Isso é patético o que esse advogadozinho diz, só porque senta hoje do outro lado da mesa...".

E de prontou completei: "...Do outro lado da mesa, mas do mesmo lado da justiça".

Ao final, o júri condenou o réu, que matou uma mãe de família trabalhadora, da qual deixou três filhos órfãos, sendo um deles deficiente físico e mental, que ainda hoje procura pela mãe nos cantinhos de seu lar. O réu, que deu um facada em cima do coração da vítima, acertou também o coração de três crianças, que ao perderem a mãe, perderam a maior doçura que Deus nos deu de presente.

Do outro lado da mesa, sim, doutor, mas do mesmo lado da justiça!


Quem Foi Enrico Ferri?

Enrico Ferri Nasceu na Província de Mantua, em 1856 e formou-se em direito em 1871 defendendo a tese sobre o
livre arbítrio e sua conseqüência. Foi titular das cátedras de Direito penal nas universidades da bolonha, Siena,Pisa e Roma, nesta última fundou o Instituto de Aperfeiçoamento em Ciências Penais que atualmente tem o seu nome, e constitui um dos mais importantes centros de alta formação cientifica penal. Ferri era deputado do partido socialista quando participou do parlamento italiano. Atuou no jornalismo político, sendo diretor do jornal oficial dos socialistas italianos, o “Avanti”. 
Dentre as suas obras mais notáveis estão “A sociologia criminal” e “Os princípios do direito penal”.

Ferri morreu na capital italiana em abril de 1929. 


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